Sobre Ludmilla, Marcão do Povo diz que foi injustamente “condenado à cadeira elétrica”

  • Por Jovem Pan
  • 19/07/2017 14h31
Johnny Drum/Jovem Pan

Você provavelmente se lembra do caso. No início deste ano, Marcão do Povo, então apresentador do programa Balanço Geral DF, na TV Record, chamou a cantora Ludmilla de “pobre macaca” ao vivo após a exibição de uma reportagem. De acordo com o jornalista, o termo se refere a uma expressão popular da região centro-oeste do país e designa uma pessoa “pobre de espírito” que “ganhou dinheiro e, por isso, zomba dos outros”. Na ocasião, no entanto, a fala foi considerada inadequada pelo público e também pela emissora – que chegou a rescindir seu contrato. Participando do Pânico na Rádio nesta quarta-feira (19), o convidado negou mais uma vez que tenha se tratado de uma ofensa racista e reafirmou que foi injustiçado.

“Fui mal interpretado. Não tive nem tempo de me explicar. Fui condenado à cadeira elétrica direto. Se tivesse a oportunidade, teria ligado para a Ludmilla para me explicar. Acontece que a porcaria da internet veio e muita gente não está preparada para ela. A pessoa recebe um vídeo ou uma noticia, não abre e já repassa! Quem tem moral para julgar alguém? Que atire a primeira pedra! Quem tem moral no mundo? Só Jesus Cristo. Uma coisa é cometer um crime, outra coisa é falar um dito popular”, declarou. “Na época eu me senti a pior espécie do mundo, quis ir embora do país quando olhei minha família chorando. Minha vida ficou desgraçada”, completou.

Embora faça questão de ressaltar sua inocência, Marcão não deixou de polemizar com novas declarações. Ele questionou o conceito de racismo e alegou que, como estava com “moral” dentro da emissora, acredita que algum colega espalhou o caso para o resto da mídia para “diminuir seu prestígio”.

“Racismo para mim é aproveitar da sua cor para tirar proveito de alguém. Se ela fosse branca teria acontecido isso? De qualquer forma, a pessoa que se sente ofendida não pode sair difamando o outro. Tem que pensar em tudo, falar com um advogado, entender que se trata de um dito. Mas não acho que a Ludmilla tenha feito alguma coisa contra mim. Foi alguém dos bastidores (…). Seria legal encontrar com ela. Vou com o maior prazer se ela aceitar”, contou.

Segundo o jornalista, a cantora não chegou a abrir nenhum processo por conta da confusão.

Demissão na Record x novas propostas de emprego

Durante sua participação na bancada, o convidado explicou em detalhes como aconteceu sua demissão da Record. No mesmo dia em que o programa em questão foi gravado, ele havia recebido uma ligação da direção o avisando de que seria promovido e começaria a apresentar o Cidade Alerta nacional. A animação veio rápido. Na manhã seguinte, porém, quando o caso já havia se espalhado, o diretor o chamou para conversar e deu a notícia da demissão.

Mesmo assim, no calor da polêmica, Marcão acabou recebendo destaque. Criticado pelas suas atitudes ou não, foi alvo de diversas propostas de emprego. Mas negou todas. Precisava de tempo para “digerir”.

“De repente, aceitei conversar com a RedeTV. Falei ‘chega, vou começar a trabalhar que passa’. Fechei com eles. Só que olha que engraçado. Quando foram imprimir o contrato, meu telefone tocou, era um número desconhecido. Achei que era alguém me cobrando prestação (risos). Atendi e era o Leon Abravanel do SBT. Achei que era pegadinha! O Pânico me sacaneando, não sei. Ele me convidou para conversar e foi ótimo. Fiquei muito feliz por que fui indicação do dono da empresa. E o Silvio Santos é referência para qualquer comunicador”.

Passado “nebuloso” na política

O jornalista possui também um histórico curto, porém controverso, na política. Ele foi eleito deputado estadual pelo estado do Tocantins e, em 2010, teve seus direitos políticos cassados por três anos por abuso de poder econômico. De acordo com reportagens da época, ele teria mandado imprimir 55 mil jornais com detalhes de seus “feitos” sociais em Gurupi, cidade de 52 mil habitantes. Em seguida, chegou a ser investigado também por envolvimento com a máfia dos caça-níqueis na região. Só que nega participação em ambos os crimes.

“Quando você não tem dinheiro e entra em evidência, vem ‘paulada’ de tudo quanto é lugar. As pessoas jogam sujo. Tem gente que acorda disposta a te ferrar. São pessoas mal-amadas. Tentaram me prejudicar e hoje estou ao lado do maior comunicador do mundo”, concluiu.

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